segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Uma história de sopros ao redor do mundo*


Não é porque o instrumento cabe no bolso que significa que ele não deve ser profissionalizado e levado a sério. A gaita de boca, surgida na Alemanha no século XVIII, pode, sim, ser considerado um instrumento consolidado. A tradição de mais de 150 anos e os diversos tipos de gaita (oitavadas, diatônicas, cromáticas, trêmolo, etc.) comprovam isso. Confeccionadas em poucas, porém centenárias e tradicionais fábricas espalhadas pelo mundo, as harmônicas possuem corpos de madeira ou plástico, placas de vozes de bronze ou latão e tampas com os mais diversos designs que constroem toda uma trajetória através de seus modelos.
Na Alemanha, encontramos a fábrica de instrumentos Hohner, fundada em 1857, pioneira na fabricação em série e no aperfeiçoamento das gaitas. Se hoje o instrumento é massificado, devemos isso ao relojeiro Mattias Hohner, que com apenas 24 anos de idade decidiu se dedicar exclusivamente a fabricação do instrumento. De forma manual, no primeiro ano ele fez 650 instrumentos. A partir daí a marca se popularizou e ícones como Little Walter, Bob Dylan e John Lennon imortalizaram os modelos de gaita da Hohner. Ainda em solo germânico, encontramos a fábrica C. A. Seydel Söhne, fundada em 1847 pelos irmãos Seydel, que hoje conta com modelos de luxo endorsados por famosos bluesmans como James Cotton, Howard Levy, Charlie Musselwhite, etc.

Fábrica da Hohner em Trossingen na Alemanha / http://www.peterunbehauen.de/p/06-hohner.html

Nos EUA, o gaitista dinamarquês Lee Oskar fundou em 1983 sua própria companhia que além de gaitas fabrica também kits de ferramentas, peças de reposição, métodos para aprendizado, etc. No Japão, a primeira fábrica de instrumentos estabelecida pela gigante corporação Suzuki, foi a de gaitas. Fundada em 1953, a fábrica oferece hoje constantes lançamentos de gaitas e uma vasta gama de excêntricos modelos desenvolvidos com as mais modernas tecnologias.
Blumenau, em Santa Catarina, conhecida por sediar a festa de tradição alemã Oktoberfest, é também a cidade que abriga a única fábrica de gaitas no mercado brasileiro. Fundada em 1923, pelo imigrante alemão Alfred Hering, a Hering Harmônicas posteriormente foi vendida para a Hohner em 1966, que aperfeiçoou e desenvolveu a fabricação de gaitas da fábrica. Somente em 1979 a fábrica foi comprada por grupos brasileiros. Com o país muito bem representado e mais de 50 modelos de gaitas e aproximadamente 30 artistas endorsados, a Hering é referência mundial em fabricação de gaitas e exporta para aproximadamente 30 países.


* Parte integrante de uma grande reportagem sobre gaita redigida para a disciplina de Redação Jornalística II para a UEMG, onde curso o segundo período de Comunicação Social.

2 comentários:

Nádia disse...

Muito bom seu texto! Pode ter certeza q seu professor vai aprovar!

Caio Machado disse...

Obrigado mãe! A professora ainda não lançou a nota, mas estou esperançoso!