domingo, 12 de dezembro de 2010

Hohner Big River

Como já havia prometido antes resolvi enfim, fazer a resenha pra essa notável gaita. Esse modelo de longe não é nem um pouco popular no Brasil. Primeiro por ser da fabricante alemã Hohner, sendo assim automaticamente mais cara e difícil de se encontrar por aí e segundo por ser da "temida" linha Modular System (MS System). Sim, e o que isso significa? Significa que a gaita é feita de maneira industrial e tecnicamente (discordo muito) perde qualidade sonora. O instrumento vem em uma caixinha bege e diferente da maioria das caixas e cases, esse modelo não chicoteia. Ele consegue acomodar a gaita de maneira perfeita e ainda vem com adesivo lindo em cima da tampa. Infelizmente, eu não tive muito cuidado com a minha caixa e acabei quebrando um dos pinos que prende a tampa, mas isso não implica em dizer que o plástico seja de baixa qualidade, pelo contrário a caixinha é muito resistente.
Agora vamos falar da gaita. Na minha opinião, a Hohner Big River seria a gaita ideal para iniciantes ou estudantes assíduos, pois ela consegue ser macia, possui um bom timbre e se mostra bem duradoura. Gostaria de ressaltar a durabilidade dessa gaita e a de todas as outras Hohners em que toquei, que sempre me surpreendem muito. A gaita tem um visual interessante e apresenta as tampas com um formato em U bastante diferente do convencional, mas nada que irá prejudicar no seu conforto ao tocar e que ainda me ajudou bastante quando eu a coloquei no meu suporte segurador de gaita. O único aspecto negativo que notei na Big River foi o tamanho desnecessário das extremidades e suas respectivas pontas mal polidas, que além de deixar o instrumento maior do que a maioria, pode sim influênciar no conforto ao acomodar a gaita em suas mãos. As placas de vozes de latão tem 0,9mm e proporcionam um volume muito bom, também ajudado pelo fato das tampas terem furos laterais próximos aos parafusos, estes que ainda trabalham muito bem na vedação da gaita que conta com mais 3 parafusos internos postados de maneira central na placa de vozes, prendendo-as bem o corpo de plástico preto. Não detectei também nenhuma forma de vazamento de ar. O timbre se mostra bastante vocal, nítido e aveludado, o que pode frustrar quem procurar alguma agressividade no instrumento. O que por sua vez pode ser muito bem suprido se amplificado com um pequeno ganho de overdrive. De longe a gaita pode ser comparada com a Hohner Special 20, mas ainda perde muito em seu timbre, porém brilha muito perto da maiorias das nossas gaitas nacionais. Pode ser adquirida em valores que variam de 70 a 110 reais e na minha opinião é um excelente custo benefício, pois tenho a minha há quase 12 meses e ela se encontra praticamente intacta e ainda não tive problemas de afinação. Recomendada!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Festival Marreco e as gaitas

De cinco anos pra cá virou tradição o Circuito Fora do Eixo organizar vários festivais de cultura independente no segundo semestre do ano. Diversas bandas realmente boas circulam pelos festivais Calango, Bananada, Jambolada, etc. Patos de Minas não fica de fora e pelo terceiro ano consecutivo apresenta seu Festival Marreco de Cultura Independente, idealizado pelo Coletivo Peleja. Bem, o que isso tem a ver com gaita? Como eu sempre fujo do foco desse blog resolvi fazer essa postagem com o intuito de mostrar que existe mais gaita do que se imagina em Patos de Minas e em Minas Gerais, mesmo que na nossa cidade só se encontre Free Blues caríssimas nas nossas "estimadas" lojas de instrumentos.
Com 2 dias de shows e mais de 10 bandas confirmadas, já consegui encontrar 4 bandas com gaitistas em sua formação. Em Patos de Minas mesmo temos três! Cassim Amperes do Vandaluz, compartilha os vocais da música Caçador da Noite com sua harmônica em Lá, relembrando o hit Roadhouse Blues da banda The Doors. No Viagem A Falo temos o gaitista Moisés, que também toca violão e divide seus vocais sincronizados a lá Alice in Chains com Small e Lucas (também membro do Vandaluz). Por último e mais recente temos o Sávio, que completa o time do sextexto de southern rock Zharpa com sua gaita reverberando muito blues! Ainda temos também mais um mineiro (!), o Eduardo Bórem do Móveis Coloniais de Acajú - a maior promessa do festival esse ano - que toca gaita cromática e teclado na banda de Samba Rock de Brasília.
Vale lembrar que cada banda citada possui um estilo musical diferente, diversificando assim o Festival Marreco, que contará até com bandas de Death Metal com os uberlandenses do Krow, passando pelo rap patense do D’cendência Ativa que já tocou na festa de lançamento do Festival que aconteceu no dia primeiro de novembro no Decor Fest.
O Festival Marreco começa hoje (29/11) com diversas oficinas que aconteceram no Unipam e irá até sabado (04/12), encerrando com dois shows no Moendas Bar. Confiram aqui a programação completa do Festival Marreco.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desertor

Me pego novamente fugindo de mim.
Sou um desertor da minha própria personalidade.
Meus velhos hábitos que me faziam sentir bem foram todos deixados de lado.
Em meu peito existe um grande vazio, que já não é preenchido há meses, ou quem diria mesmo até anos...
Agora sim, vejo uma necessidade de rascunhar o meu próprio caminho.
Deixo o acaso pra depois e quem sabe construir eu mesmo minha própria sorte.
Abro mão da felicidade por uns instantes, sabendo que posso conseguir mais da própria em proporções bem maiores, em um futuro não tão distante daqui.
Meu coração despedaçado se propaga em milhares de estilhaços.
Não que aja uma necessidade de que ele fique inteiro, sadio e perplexo de amor.
Mas em contrapartida não desejo solidão para ninguém.
Já não bastasse esse grande exílio em que me encontro por opção.
Será que é isso que realmente eu preciso e quero?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Hering Free Blues X Hering Master Blues

Depois de um ano e meio tocando gaita finalmente consegui o tão estimado método do Benévides Chiréia Júnior, como estava há alguns meses parado resolvi estudá-lo por inteiro para voltar a forma. Mas acontece que eu só estava com uma Hohner Blues Band em C e cá entre nós a gaita é muito ruim e não ajuda nem um pouco nos estudos. Resolvi comprar uma Hering Free Blues em C para estudar e me habituar novamente a levar ela para todo lado, assim como eu fazia com minha Bends Juke quando comecei a tocar. Como já possuia uma Hering Master Blues resolvi fazer uma postagem comparativa entre os dois modelos, já que muito se fala sobre o assunto em posts e fóruns na internet.
Bem, vamos ao que interessa! A Free Blues há anos é de longe a gaita mais vendida do Brasil. 9 em cada 10 gaitistas começaram seus estudos por ela. O segredo do sucesso está todo voltado ao seu custo benefício. Antes de Bends Prima aparecer a Free Blues tinha o melhor custo benefício do mercado, não tive oportunidade de me aprofundar numa Bends Prima, mas sei que as gaitas são bem semelhantes... Há poucos anos atrás dava pra se comprar Free Blues com 20/35 reais. Depois do surgimento da Bends e do encarecimento repentino das gaitas, o preço passou para 40/60 reais. Mesmo assim o valor continua bem viável para iniciantes que desejam embarcar no mundo das harmônicas.
Diferente do que muitos pensam a gaita não é a mesma coisa que a Hering Master Blues, por mais que elas pareçam externamente alguns fatores geram grandes diferenças entre as duas gaitas. O principal todo mundo já sabe: o fato do corpo da Free Blues ser feito de plástico e não de madeira. Se por um lado perdemos timbre e volume, por outro ganhamos mais durabilidade pelo fato do plástico reter menos umidade do que a madeira. Agora a principal diferença das duas gaitas é a vedação de ambas. A Free Blues conta com três parafusos prendendo a placa de vozes no corpo e mais dois com a tampa que servem para segurar o resto da placa que fica meio solto. Na Master Blues temos cinco parafusos no corpo e mais dois com os da tampa. Obviamente que a vedação da Master Blues é superior possibilitando até que se toque com a gaita sem as tampas, o que facilita bastante na hora de afinar o instrumento. Esses dois fatores justificam o porque das gaitas terem 20 reais de diferença no preço. No geral as gaitas são sim identicas, a diferença agora só fica por conta dos grafismos das tampas.
De todas as gaitas fabricadas pela Hering eu diria que a Master Blues é o modelo ideal quando se trata de custo benefício. Ressalto a maciez e o volume encontrado na gaita. O som não é aveludado e nem tão cristalino, mas não deixa a desejar em momento algum. A durabilidade também não é das melhores, mas vale lembrar que você está pagando em média só 60 reais no modelo e que a gaita é de fácil assistência técnica.
Se você quer começar a tocar gaita e não sabe qual dos dois modelos levar, escolha a que você puder pagar, pois são duas ótimas gaitas. Eu particularmente prefiro a Master Blues, pois ela é mais versátil e pode ser usada até em shows que se necessite microfonar a gaita. A Free Blues perde muito por ter um timbre pior e pelo seu vazamento nas casas das extremidades. Se puder pagar mais caro não receie em levar sua Master Blues.
Em breve posto mais reviews de outros modelos, espero ter esclarecido algumas dúvidas!

domingo, 4 de julho de 2010

Hohner Golden Melody

Depois um imenso hiato do blog resolvi reaparecer e finalmente postar esse review da Golden Melody que eu já vinha prometendo. Antes de mais nada quero dizer que nosso país não fica para trás com nossos fabricantes Hering e Bends, mas quero dizer que a Hohner me surprendeu bastante com suas gaitas. Tive o prazer de comprar duas Hohners que estavam em promoção pelo site de instrumentos Foxtrot. Sim, pela bagatela de 54 reais adquiri minha Hohner Golden Melody em Fá e por um pouco mais de 70 reais comprei uma Hohner Big River em Ré. Minha primeira impressão com as gaitas foram incrivéis, já havia tocado em outros modelos, mas não tive a chance de explorá-los como as duas.
Bem vamos falar da Golden Melody. Diferente da Bends que geralmente embala suas gaitas em caixas com manuais e posteriormente os cases, a Hohner apresenta suas gaitas naquelas velhas e tradicionais caixinhas de plastico, usada pelas demais fabricantes também. A caixinha da Golden Melody é feita de plástico vermelho e acompanha dois compartimentos menores para melhor acomodar a gaita. O material do plástico do interior não é tão resistente e nem muito eficaz pois a gaita chicoteia um pouco. Mas é resistente o bastante para se carregar a gaita para qualquer lugar. Sobre a gaita não há muito o que se questionar. Um visual matador! Disponível nas cores dourada e prateada a gaita apresenta uma ergonomia perfeita com seus cantos arrendados e pelo seu formato extremamente confortável. De embocadura média a gaita mostra-se muito macia e amigável, proporcionando horas de diversão, garantindo menos perda de fôlego. Levando em conta também que o formato reto do bocal pode causar um certo desconforto no começo, mas é só questão de hábito. Sem dúvida foi a gaita mais confortável que já toquei! O fato da placa de vozes ficar muito perto do bocal faz com que o instrumento fique muito mácio. O timbre do instrumento é muito suave e chega a ser cristalino de tão lindo. Suas placa de vozes são feitas de latão e tem 0,9mm de expessura, apesar de não serem muito grossas a gaita ainda possui um ótimo volume. O corpo de plástico não intimida as demais gaitas de madeira.
Pelo pouco que conheço das gaitas alemãs de Hohner digo que esse instrumento está perto de ser uma obra-prima, mas uma vez ressalto que não estou menosprezando os instrumentos nacionais, mas não é de dispensar que quem nunca tocou uma gaita da Hohner não perca tempo e experimente logo! Achei a Golden Melody ideal para se tocar country, acordes e estilos menos agressivos que o blues. Apesar do preço salgado em relação ao mercado nacional é uma ótima pedida e não deixará ninguém frustrado, isso eu posso garantir!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Frequência?

Sinto falta de comentários e longos debates em blogs. Penso que isso não ocorre nesse blog porque meus posts mediocres não possibilitam isso. Sinto também por ter tantos blogs paralelos e não conseguir seguir em frente com nenhum. Mas de fato não há muito sentido em continuar um blog entitulado Gaita e Poesia quando não se toca gaita com frequência e tampouco redija poemas. Semana passada dei minha primeira aula de gaita, foi um tanto conturbada mas já é um longo passo pra quem não se dedica ao instrumento desde dezembro. Não foi uma aula preparada nem nada, foi tudo no improviso. Fico feliz em partes por ter sido assim, porque uma das principais características de um bom gaitista é o improviso. As outras todas surgem através dela. Vem o feeling, a dedicação, a perseverança, etc. Acho que só me restou um pinguinho de perseverança, mas isso muda. Estou devendo uma resenha sobre a Hohner Golden Melody, uma gaita incrível que tive oportunidade de comprar também em dezembro. Estou bastante desligado de gaita, quase literalmente. Por um lado sigo firme com minha banda, que se desequilibra em problemas, mas estamos sempre dando um jeito de contornar. Prometo seguir em frente com esse blog, com meus outros 4 ou 5, postar sobre a Golden Melody, postar sugestões musicais que seja! O lance é apenas não parar!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Renúncia

Esse velho blog que muita das vezes me serviu como desabafo ou mesmo como um degrau para meu amadurecimento tem sido deixado de lado. Bem, não só ele mas como diversas coisas em minha vida. Eu nunca tinha me visto tão irresponsável ou acomodado a ponto de renúnciar por tudo que fazia e por tudo que eu costumava ser. Claro, diversos fatores ajudaram nesse processo todo, mas a maneira de como eu me lidei com isso não foi boa, confesso que já não levo mais a vida que levo antes. Das diversas redes sociais que eu me desprendi ou me apeguei, das diversas bandas e estilos musicais que conheci e abandonei. Enfim, dos diversos costumes, amigos, manias e tudo mais que eu fazia e não faço mais. Não consigo mais olhar ao meu redor ou para eu mesmo e me reconhecer. Não sou de seguir ditados e sequer tenho uma religião. Costumo dizer para as pessoas que meu Deus é o Jim Morrison. Não pela vida e pelas atitudes que ele tomou quanto vivo, mas porque eu realmente admiro o cara. Mas realmente a única sina que vem dando certo pra mim seria de que "o que começa errado termina errado". Unânime, infalível. Se não for voluntariamente, meu sub consciente faz todo o resto involuntariamente. Não venho com esse post falar de minhas decepções amorosas, frustrações ou sequer mencionar gaita. Esse tema já fugiu de pauta há muito tempo. Esse post é uma renúncia. Uma renúncia ao tempo e todas essas mudanças.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Indignação

Confesso que quase deixei a peteca cair. Em parte eu abri mão sim e por muitas coisas. Mudanças, mudanças e mudanças... É simples na teoria e simples na prática. Estamos todos sujeitos a mudanças e nem sempre dá pra renúncia-las, pois é inevitável subverter a lei da "seleção natural". Sim, é bastante clichê eu me referir a isso tudo usando Darwin, mas poxa, é necessário ceder. Não mobilizarei ninguém com essas palavras, até porque nem todo mundo age de maneira racional o bastante pra perceber que existe vida ao redor das suas próprias cabeças. Sei que não é certo esperar muito das pessoas, porque o resultado entre nove de dez casos sempre é o pior esperado. Mas uma vez me disseram para eu não subestimar ninguém... Não sei se isso foi dito para ser avaliado em aspectos positivos ou negativos porque geralmente o que vem acontecendo só tem gerado decepção. Caso contrário eu nem estaria aqui escrevendo isso tudo. Não há mais o que falar, só fica aqui um grito de indignação! Ninguém mais ama, ninguém mais pensa coletivamente, ninguém mais quer o bem do próximo, ninguém busca estabilizar situações complicadas, ninguém abraça ninguém. E o pior de tudo é que isso sempre foi assim, leva um certo tempo pra sua ficha cair. A velha história de aprender com os erros é cada vez mais plena. Eu mentiria se eu não assumisse minha postura cética sobre essa situação, mas aonde é que nós chegaremos dessa maneira?